sábado, 21 de maio de 2011

De presidente à reserva


Marcelo Gotti

Quando o pentacampeão – e, na época, presidente do Mogi Mirim - Rivaldo, recebeu o convite do goleiro do São Paulo, Rogério Ceni, para jogar no tricolor do Morumbi, tudo parecia perfeito e maravilhoso.
Rivaldo queria provar para todos, e principalmente para Felipe Scolari, técnico do Palmeiras, que ainda poderia defender as cores de um clube grande.
Rivaldo aceitou a proposta e assinou contrato com o clube da capital paulista. A transação resultaria em mil benefícios para o time mogimiriano, em forma de parcerias.
Algumas delas foram citadas e vinculadas pela diretoria mogimiriana, na época: os jogadores do Sapo poderiam usar o Reffis do São Paulo em caso de contusão grave; o time sãopaulino iria ceder alguns atletas para o Mogi Mirim e vários jogos do tricolor seriam realizados na Arena do Sapo. Mas nada disso aconteceu.
Para agravar, os reflexos da ida de Rivaldo para o São Paulo não foram boas na cidade. Os torcedores do Sapão da Mogiana ficaram revoltados com o seu presidente. A maior reclamação foi em relação a frase do carnê promocional que estampava: “Eu voltei, agora é sua vez”.
Mesmo assim, Rivaldo foi para o São Paulo. Foi apresentado em coletiva à imprensa e ganhou a camisa dez do tricolor. Na estreia, no Morumbi, contra o Linense, pelo Paulistão, Rivaldo marcou gol e apresentou um bom futebol, com lances de efeito. Tudo parecia maravilhoso.
Mas, algumas rodadas depois, o pentacampeão acabou indo para o banco de reservas com as voltas das promessas tricolores que estavam na Seleção Brasileira Sub-20: Lucas, Willian José e Cassemiro.
Descontente e incomodado com a situação, Rivaldo tentava administrar os fatos. Mas, a gota d’água foi o jogo contra o Avaí, pela Copa do Brasil. O São Paulo foi eliminado da competição, o técnico do tricolor, Paulo César Carpegiani, mandou Rivaldo aquecer por duas vezes e não o colocou no jogo.
Sentindo-se humilhado, Rivaldo externou para a imprensa o seu descontentamento com o treinador. O ato gerou uma crise no time sãopaulino. Farpas foram trocadas entre Rivaldo e Carpegiani. O ambiente ficou pesado e tenso, no elenco.
Rivaldo seria dispensado do time? Carpegiani teria sua demissão anunciada? Não! Rivaldo tomou uma multa de 20% e Carpegiani acabou mantido no cargo pela diretoria sãopaulina.
Tudo resolvido? Acredito que não! Segundo informações, Rivaldo será mantido no banco de reservas. Tenho quase certeza, pelas circunstâncias, que o pentacampeão Rivaldo está arrependido de ter ido para o tricolor. Está vivendo um inferno astral.
Ao invés de alavancar sua carreira, as situações estão manchando sua história. Mas é a vida. Nem sempre fazemos a escolha certa. E, Rivaldo, com certeza, neste caso, não fez. Deixou a presidência do Mogi Mirim, que gerou um mal estar na cidade, para ser reserva no São Paulo. Não foi uma boa troca. Tenho convicção. Mas vamos aguardar os próximos capítulos desta história.
Uma semana cheia de boas escolhas para os meus fiéis leitores. Fiquem com Deus e até a próxima.

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