Com uma pata no brejo

MARCELO GOTTI

Time sem sal e açúcar. Digno da celebre frase: não deu liga. O Mogi Mirim que, hoje, disputa o Brasileiro da Série D, não chega nem aos pés daquele que participou do Paulistão e conquistou o título do interior paulista.
Há de se destacar que houve aguda reformulação no plantel, é fato. Mas, não podemos usar isso como muleta ou desculpa para o fraco desempenho que os jogadores vem apresentado dentro das quatro linhas.
O time é vulnerável no setor defensivo e ineficiente no ataque. No papel, é um bom time, nada acima ou abaixo das equipes que disputam esta temporada da Série D.
Mas, dentro de campo, a história é outra. O time não rende, não convence e não conquista os resultados pretendidos, principalmente, atuando diante dos seus míseros torcedores que, mesmo com promoção da troca de alimento por ingresso, não comparecem ao estádio.
Os dois últimos confrontos, em casa, contra Marília e Metropolitano foram provas disso. Contra o MAC, uma vitória simples do Sapo daria classificação antecipada à próxima fase da Série D. Mas, o time mogimiriano apenas empatou com um time cansado e praticamente sem chances de classificação. Ai, teve que suar muito diante do Cerâmica no último jogo, em Gravataí, para assegurar o empate e a vaga para a fase mata-mata.
Fase esta, que o Mogi não começou bem. Novamente, sem desenvolver bom futebol, o time não teve poder ofensivo e acabou derrotado por 1 a 0 pelo Metropolitano, em lance de bola parada.
Guto, técnico do Mogi, tenta colocar “panos quentes”: o time vai apresentar evolução durante a competição. Declaração feita desde o início da Série D. É o dever de um comandante que visa motivar seus comandados e busca minimizar os efeitos colaterais das más atuações do time dentro das quatro linhas.
Mas, até agora, esta evolução não aconteceu. Não existiu. Esqueceram dela. Ficou apenas no blá, blá, blá. Agora, os jogadores precisam mostrar raça, garra e amor à camisa do Mogi, coisa difícil de ver no futebol brasileiro atual.
“A vaca já foi para o brejo?” Não. Apenas uma pata dela! No futebol tudo pode acontecer. O Mogi tem totais condições de conquistar sua classificação em Blumenau contra o Metropolitano. Não é impossível.
O time mogimiriano tem totais condições de reverter à desvantagem adquirida em seus domínios: derrota por 1 a 0 para o Metrô na primeira partida da fase mata-mata. Mas, é preciso ter vontade para isso.
Repetindo as fracas atuações das últimas rodadas, não vai vingar. É preciso doação de todos, principalmente, dos atletas dentro de campo. Será preciso querer vencer.
Caso contrário, o Mogi deixará a Série D já nesta segunda fase e parte dos jogadores colocarão em risco seus empregos. O fim da linha pode estar próximo. Se a locomotiva não estiver bem “azeitada” contra o Metropolitano, os vagões irão descarrilar.