A volta da ditadura no Mogi Mirim

Marcelo Gotti

Achei que elas não existissem mais, fossem lenda. Mas é real. E, ainda no século XXI, elas são usadas por alguns. A ditadura, a censura da informação.
Surpreendentemente hoje, fui presenteado pelo gosto amargo dela. Fui furtado dos meus direitos profissionais. Não pude acompanhar o jogo-treino entre Mogi Mirim e Guarani dentro do gramado do estádio Papa João Paulo II.
Ordens expressas do vice-presidente do clube, Wilson Bonetti, repassada através da assessora de imprensa do Mogi Mirim.
Motivo da censura? As recentes críticas por mim direcionadas à atual administração do Mogi Mirim. Fiquei muito triste em saber que os atuais administradores não conseguem digerir as adversidades, as opiniões contrárias.
Pra mim foi a assinatura do atestado de imaturidade total em comandar um clube profissional. Uma atitude extremamente autoritária, descabida e inaceitável.
Atitudes e posições como estas não vão me abater. Continuarei de forma profissional e imparcial relatando os fatos como eles acontecem.
Sem maquiagem ou direcionamento tendencioso. Elogiarei quando assim merecer e criticarei quando assim for necessário.
Um gesto desesperado de alguém que um dia foi pedra e hoje é vidraça. Penso que o inesquecível presidente do Mogi Mirim, Wilson Fernandes de Barros, onde estiver, está muito triste com tudo isso.
Não foi à toa que Wilson Barros reinou por 23 anos como presidente do clube mogimiriano. Recebia e rebatia as críticas com a maior naturalidade. Nunca limitou a entrada ao estádio de quem o criticava. Mas sim debatia as opiniões, os fatos, as críticas. De igual pra igual. Tinha argumentos.
Muito diferente dos atuais dirigentes. Ainda muito verdolengos e imaturos. Uma pena. Lamento que o retrocesso esteja em alta na atual administração.