segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Torcedor: Desprezado e um mero detalhe


Marcelo Gotti

É verdade que a relação entre Mogi Mirim e torcedor há pelos menos 10 anos não está a mil maravilhas, não vive um romance, um caso de amor. É como sempre digo: palavras ditas jamais serão esquecidas.
Algumas destas palavras soltas no passado ecoam no presente e ainda marcam o torcedor. Afastou até mesmo os mais católicos e fiéis sofredores que acompanhavam o Sapão da Mogiana – com sol ou chuva – no estádio Papa João Paulo II.
Uma pena. Poucas cidades interioranas – com menos de 100 mil habitantes - tem o prazer de ter uma agremiação na elite do futebol paulista. Fato que considero até raro.
Mas não vejo nenhuma atitude da nova administração em tentar mudar esta história. Pelo contrario, parece-me que as coisas ficaram ainda mais complicadas.
O estádio Papa João Paulo II se tornou uma muralha. A ilha de Alcatraz de Mogi Mirim. Isolada, intocável e de difícil acesso pelos torcedores. Até a imprensa local tem que seguir uma cartilha para obter informações e acompanhar treinamentos diários.
Na minha opinião, um retrocesso total. A explicação que mais ouço sobre as novas regras é: “Estamos tentando fazer uma administração mais profissional possível”. Agora digo, será?
Pra mim, profissional é aproximar a comunidade do time. Encher as arquibancadas do estádio de torcedores, de famílias inteiras, de crianças.
Nas duas últimas partidas do Mogi Mirim no estádio Papa João Paulo II pela Copa Paulista foi um desastre. Contra a Esportiva Itapirense 302 torcedores. Um prejuízo aos cofres do clube de R$ 301,89.
Contra o XV de Piracicaba, um clássico regional, pior ainda. Apenas 231 torcedores nas arquibancadas e um prejuízo ainda maior aos caixas do clube, R$ 558,46.
Oras, se está mesmo dando prejuízo, por que não fazer alguma promoção para levar mais torcedores ao estádio? Deu para perceber que dinheiro não está sendo o problema para a atual administração.
Mas não vejo nenhuma atitude com relação a isso. Novamente estão dando a entender que o Mogi Mirim não precisa do apoio da torcida. Que o clube é auto-suficiente.
O pensamente da nova administração é dirigido apenas em revelar jogadores e vender. Ganhar dinheiro. Os torcedores que se danem. Só são lembrados na hora do desespero, prestes a ir para degola, aí contratam ônibus e alistam torcedores para apoiar o time no momento difícil.
Quer quiser ir ao estádio, que vá. Quem não quiser, que fique em casa. Lamento muito por tudo isso. Gostaria de ver as arquibancadas abarrotadas de camisas vermelhas e de torcedores, mas este sonho está distante de ser concretizado. Um bom final de semana a todos.

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