quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Rivaldo coloca a boca no trombone e não admite situação atual no Mogi


Marcelo Gotti

Chega! O presidente do Mogi Mirim, Rivaldo, cansou de ver o Sapão ser saco de pancadas no Campeonato Paulista e chutou o balde. Nesta quinta-feira, o meia pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira em 2006 soltou uma nota criticando tudo e todos.
Rivaldo criticou a falta de vontade dos jogadores e o pensamento no dinheiro.Ele ainda disse que se estivesse no time, ao longo de seus 36 anos, jogaria mais que o elenco mogimiriano.
O Mogi vem de derrota para a Portuguesa, por 2 a 0, e segue na zona de rebaixamento, na penúltima colocação, com apenas cinco pontos.

Confira a nota na íntegra:

"Estou muito triste com o que está acontecendo com o Mogi Mirim. Os jogadores precisam valorizar a camisa que estão vestindo e querer vencer na vida. O jogador para vencer na vida tem que ter ambição, pensar grande, dar tudo para sair do Mogi e chegar longe, assim como aconteceu comigo. E se eu consegui, todos vocês também podem.
Como exemplo recente, temos o jovem centroavante do Palmeiras, Keirrison, além de outros mais, que vêm se destacando porque têm vontade de vencer na vida e na profissão.
Jogadores não têm que ficar se preocupando com luvas e mandando falar com seu empresário para renovação, pois o melhor empresário para vocês sou eu, destaque dentro de campo que lhes coloco em grandes clubes que tenho as portas abertas. Ficar pulando de time pequeno em time pequeno não adianta. Lute dentro de campo e demonstre vontade e talento que coloco o jogador em times grandes.
Como jogador nunca perdi sete jogos dentro de um campeonato na situação que o Mogi está perdendo. Não podemos deixar o jogador do time adversário tirar o pão da nossa boca, da nossa família e de nossos filhos.
Dentro de campo precisamos dar o sangue e nos matarmos se for preciso. Estou envergonhado e perdendo várias noites de sono do outro lado do mundo para acompanhar o meu time e não estou vendo resultado.
Jamais imaginei que um dia passaria por uma situação como a que está ocorrendo com o Mogi Mirim. Quase passei fome em minha vida e não consigo imaginar que alguém aceite esta situação.
Quando tive a oportunidade de sair de Recife e vir disputar um Campeonato Paulista, eu sabia que tinha que dar tudo para vencer na vida, porque quando comia de manhã não sabia se ia ter o que comer à tarde. É necessário que os jogadores tenham vontade, atitude e sintam vergonha para sair da situação que se encontram.
Faço esse desabafo porque estou envergonhado com a campanha do Mogi Mirim no campeonato. Agora que estou do outro lado compreendo o porque do sr. Wilson (Barros, ex-presidente) ficar bravo com os jogadores. Estou sentindo na pele o que ele passou, principalmente porque estou distante e acompanho tudo através das pessoas que estão em Mogi.
Entendo toda essa situação, mas posso garantir que se estivesse no Mogi, com os meus 36 anos, ainda seria capaz de fazer gols e muita coisa no campeonato. Não deixaria que toda essa situação estivesse acontecendo.
O Campeonato Paulista está com um nível muito mais baixo que na minha época. Hoje está muito mais fácil chegar a um time grande ou à Seleção. Basta ter vontade, garra, pensar grande e na família.

Sinto a mesma tristeza que a dos torcedores que vão a campo e vaiam. Fico mais triste ainda porque tenho filhos e residência em Mogi Mirim e estou fazendo de tudo, não estou medindo esforços e economizando para que o time saia desta situação, inclusive tentando dar bichos aos jogadores.
Aos torcedores que ficam apenas criticando e dizendo que todos devem deixar o Mogi, referindo-se à diretoria e presidência, estou colocando à disposição a presidência do Mogi para quem quiser assumir. Seja quem for, torcedores, investidores, repórteres, enfim, quem tiver interesse pode se dirigir ao escritório do Wilson (Bonetti) e negociar a transição do Mogi. O clube está como o sr. Wilson deixou. Sem nenhuma dívida. Tudo é pago em dia.
Se os resultados não estão vindo não é por falta de empenho e investimento. Na minha época os jogadores não tinham os salários que são pagos hoje e muito menos havia bichos como os que estou oferecendo aos jogadores. Se há culpados, somos todos, todos os que estão envolvidos no Mogi Mirim e não apenas este ou aquele.
O que precisa é que os jogadores parem de ser expulsos e joguem mais bola, peço por favor aos jogadores que ajudem o Mogi Mirim a sair dessa situação. Agora contra a Ponte, vamos dar algo mais e conseguiremos a vitória. Devemos respeitar todos os adversários, mas não podemos ter medo de ninguém. Temos que reverter essa situação.
Por último, quero deixar bem claro que, caso ninguém queira assumir a presidência, já que alguns torcedores estão pedindo isto, estarei com o Mogi Mirim a todo tempo e em qual divisão estiver disputando."

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