segunda-feira, 3 de maio de 2010

Técnico ou apenas tapa-buraco???


Marcelo Gotti

Depois do término de mais um Campeonato Paulista, onde o Mogi Mirim novamente bateu na trave do rebaixamento para a Série A2, voltamos a viver um dilema: a manutenção ou a contratação de um técnico.
Quando assumiu, Rivaldo tinha planos mirabolantes para o Sapão da Mogiana: seria o “São Paulo do Interior” e que, em cinco anos, o clube estaria disputando a Série A do Brasileiro.
Até agora não vi um planejamento sério para que realmente os projetos venham a se concretizar. No primeiro ano de administração, visando à preparação para o Paulistão de 2009, a diretoria trouxe o inexperiente Gelson Silva. O treinador capengou no Paulistão e caiu.
Ai veio o arrogante e “experiente” Paulo Campos. Levou umas lambadas no Paulistão e foi embora. Não restou outra alternativa. Tiveram que chamar o “Salvador da Pátria”, Givanildo de Oliveira.
Operando um milagre, o treinador arretado Giva, na última partida contra o Noroeste, em Bauru, salvou o Sapo do descenso. Foi uma obra divina mesmo.
Os erros serviram de lição para a diretoria do Mogi Mirim? Ficou provado que é preciso ter planejamento para disputar uma competição difícil? Que nada.
Mantendo a mesma linha de raciocínio do inicio da gestão, a alta cúpula do Sapo não conseguiu renovar com Givanildo de Oliveira e ainda trouxe para comandar o Mogi Mirim, na Copa Paulista de 2009, o novato e ainda inexperiente técnico Fernando Velloso.
O erro persistiu, mas as declarações dos membros da diretoria mogimiriana daquela ocasião mudaram. Mesmo admitindo realizar um “laboratório” na Copa Paulista daquele ano, os dirigentes juravam de pés juntos que a competição serviria para formar uma base do time e que manteriam o trabalho do treinador à frente da equipe.
Balela. Nas semifinais da Copinha, após o Mogi Mirim ser derrotado pelo Votoraty, de goleada, em Votorantim, Velloso teve que pegar suas malas e ir embora.
Novamente surgiu o dilema de quem seria o novo treinador. Experiente? Acostumado com o Paulistão? Aí, sim, fomos surpreendidos novamente, como diz Zagalo.
Apostando nos conterrâneos, o presidente Rivaldo trouxe Francisco Diá. Técnico que nunca havia comandado um clube paulista, mas que salvou o América de Natal da Série C do Brasileiro.
De lá, também veio um balde cheio de atletas: o atacante Giovani, o volante Ricardo Oliveira e os laterais Raí e Niel. Bons atletas, mas sem experiência no estadual mais difícil do Brasil.
Francisco Diá permaneceu durante 10 partidas e somou apenas 8 pontos. Deixou o Mogi Mirim na zona de rebaixamento. Tiveram que correr atrás de outro “Salvador da Pátria”. O escolhido foi José Carlos Serrão.
Novamente o time conseguiu se salvar pela competência do treinador. Aliás, com duas rodadas de antecedência. O profissional obteve reconhecimento no clube? Imagina. Ofereceram o salário milionário de três mil reais para que Serrão permanecesse no comando técnico do Sapo para a Copa Paulista. Um absurdo!
Então divago em meus pensamentos. A diretoria do Mogi Mirim quer um técnico de verdade para ter um planejamento sério para o Paulistão e Brasileiro, ou apenas um que tape o buraco?
Para tapar buracos, pessoas se têm aos montes por ai. Mas técnicos competentes estão em falta no mercado. Com este pensamento, vamos demorar 50 anos para atingir os sonhados planos de Rivaldo. Uma boa semana a todos.

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